“Você é o que você come, o quanto se exercita e o quanto você dorme”: Prof. Dr Sergio Gomes da Silva
O tradicional Congresso Científico da Faculdade Náutico, acontece entre os dias 23 e 27 de novembro. Este ano, por conta da pandemia, as palestras e defesas das Pesquisas Científicas e Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) ocorrem por meio eletrônico.
O palestrante convidado da abertura da Faculdade Náutico, Prof. Dr. Sergio Gomes da Silva, que já foi docente na nossa Instituição e coordenador do Programa de Iniciação Científica, abordou o tema “Você é o que você come, o quanto se exercita e o quanto você dorme”.
A palestra de cerca de 1 hora, mostrou através de pesquisas o quanto o desenvolvimento cerebral de mamíferos está diretamente ligado a nutrição, atividade física e sono, principalmente na infância e adolescência.
Apesar do índice de desnutrição vir caindo no Brasil com o passar dos anos, os dados mundiais são significativos. Estima-se que em 2030 (projeção anterior a pandemia de COVID-19), 8414.4 milhões de pessoas sejam impactadas pela desnutrição no mundo. O que interfere diretamente no desenvolvimento cognitivo de crianças e adolescentes.
Segundo o professor Sérgio, “existe uma correlação negativa entre deficiência de nutrientes e índices de aprendizagem e inteligência”. Os resultados indicam que a desnutrição no início da vida pode alterar a estrutura neuronal (reduzindo o número de células neuronais) e dificultando o funcionamento normal do cérebro em estágios posteriores.
Assim como a nutrição, o exercício físico também tem relação direta com o melhor desempenho cognitivo dos estudantes. A prática regular de exercícios desde a primeira infância mostra que jovens com melhor condicionamento físico até os 18 anos, apresentam melhores condições educacionais, profissionais e de alcance ocupacional.
A prática de atividade física durante a infância e a adolescência favorecem:
- melhora no raciocínio;
- aumento do estado de atenção;
- melhora nos resultados em tarefas;
- favorece a leitura;
- reduz o risco futuro de doenças neurológicas.
Os resultados indicam que uma boa alimentação e prática de atividades físicas na juventude promovem mudanças positivas e duradouras para o cérebro (mais células neuronais), melhorando as funções cognitivas ao longo da vida.
Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), apenas 20% da população mundial entre 11 e 17 anos é fisicamente ativa. Já no Brasil, o número é ainda menor, representando 11% da população nesta faixa etária.
Também interferindo na qualidade de vida de crianças e adolescentes está o sono, já que o dormir bem influencia na melhora da aprendizagem e na produção de novos neurônios.
Se antigamente a atividade física era vista como lazer e esporte, hoje já está comprovada que a prática de 60 minutos diários de atividade moderada a vigorosa ajudam na manutenção da saúde, prevenção de doenças e em melhores condições de educação.
É importante pensar nesta tríade, onde nutrição, atividade física e sono, são aliados do ensino, aprendizado e melhores resultados cognitivos.
Assista a palestra completa em: https://youtu.be/a6ydlsvE6nA